Um dos grandes intérpretes do Brasil, Caio Prado Jr., sublinha que a colonização esteve desde o início subordinada ao ritmo de desenvolvimento do capitalismo global. A modernização do país herdou um caráter dependente. Nos anos 1990, o protoneoliberal Fernando Collor de Mello deu a largada nas privatizações e aumentou a …
Leia mais »Os direitos e as big techs | Luiz Marques
No Dictionnaire de philosophie politique, organizado por Philippe Raynaud e Stéphane Rials, o verbete “Droits de l’homme” sublinha que a noção de direitos é inseparável do pertencimento à coletividade, que transfere para o indivíduo um reconhecimento como pessoa moral com direito a ter direitos. Há duas maneiras de abordar a …
Leia mais »Cem dias: imaginação ao poder | Luiz Marques
Para abordar os cem dias do novo governo, há que situar os acontecimentos no tempo e no espaço. Em Como as democracias morrem, Steven Levitsky & Daniel Ziblatt listam quatro indicadores de comportamento autoritário em candidaturas que se apresentam enquanto outsiders em eleições: (1) a rejeição ou relativização das regras …
Leia mais »A odisseia do igualitarismo | Luiz Marques
(Comentário sobre o livro Uma breve história da igualdade, de autoria de Thomas Piketty) Thomas Piketty publicou, em duas décadas, três obras muito importantes sobre a desumanidade no capitalismo: As altas rendas na França do século XX; O capital no século XXI; Capital e ideologia. Cada uma delas contendo quase …
Leia mais »Seis pilares da democracia | Luiz Marques
Após o século XVIII, com a destruição do regime fundado sobre a hereditariedade, o direito divino e os privilégios aristocráticos, a democracia foi vinculada à presunção do governo do povo para o povo. Dois séculos adiante, a Société du Mont-Pèlerin (Hayek, Mises) erigiu a liberdade individual como valor supremo. Desde …
Leia mais »O espectro da infocracia | Luiz Marques
Byung-Chul Han é um sul-coreano que leciona na Universidade de Artes, de Berlim. Ganhou projeção com a publicação de vários ensaios curtos sobre temas contemporâneos. Em Infocracia: digitalização e a crise da democracia, esboça uma descrição do poder sob o regime de informação e processamento de algoritmos com inteligência artificial …
Leia mais »Refazendo a história | Luiz Marques
Nascido na Martinica, Aimé Césaire (1913-2008) é o mais importante poeta surrealista. Na década de 1930, época em que estudou em Paris, escreveu no jornal L’Étudiant Noir o artigo “Nègreries: conscience raciale et révolution sociale”, no qual formula o conceito de “negritude”, no sentido de ideologia e/ou ontologia. Na síntese …
Leia mais »Dialética dos direitos de cidadania | Luiz Marques
A última revolta antes da declaração de Independência do Brasil aconteceu em Pernambuco (1817), encabeçada por militares de alta patente, comerciantes, senhores de engenho e padres que se diziam patriotas. Inspirados na maçonaria, proclamaram uma república autônoma que unia Pernambuco e as capitanias da Paraíba e do Rio Grande do …
Leia mais »Necropolítica e racismo | Luiz Marques
“Correntes nunca mais.” – Glória Maria – Achille Mbembe é um filósofo camaronês que, no início do século XXI, publicou um pequeno ensaio em inglês intitulado Necropolitics. Traduzido para o português, em 2018, soma mais de uma dezena de reimpressões. Virou um grande best-seller do pensamento. Necropolítica discute o atributo …
Leia mais »Patriotas versus Cidadãos | Luiz Marques
Entre as revoltas que precederam a declaração de Independência do Brasil, a Inconfidência Mineira (1789) refletiu os valores iluministas do século XVIII e a experiência das colônias da América do Norte. Os líderes descendiam da “casa grande” – militares, fazendeiros, magistrados, padres, poetas. À semelhança da Revolução Haitiana (1791), a …
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